“Parcours” é um espetáculo de dança contemporânea, baseado na atividade urbana Parkour, técnica e filosofia criada pelo francês David Belle. A idéia é apresentar a atividade em um contexto artístico, criando novos significados e ampliando suas possibilidades. Ou seja, deslocar o Parkour para o campo da arte. Ou seria deslocar a arte para o campo do Parkour?

Utilizando como inspirações a filosofia e a técnica da atividade, o grupo de intérpretes-criadores composto por bailarinos, atores, artistas de circo e praticantes de Parkour (Rafaela Cappai, Cynthia Ryder, Bruno Peixoto, Conrado Garcia, Vítor Maciel, João Flávio Baêta e Pedro Sartori) desenvolveu uma partitura cênica de movimentos corporais de forte impacto plástico e estético, com duração de 45 minutos.

A criação coreográfica ficou a cargo do coletivo de intérpretes, através da adaptação e apropriação dos movimentos de Parkour, como saut-de-bras, saut-de-chat, demi-tour, passe-muraille, passement, franchesment, dismont, saut-de-detent, saut-de-fond. Para isso irão utilizar um cenário criado por Ed Andrade.

A idéia principal é a transposição de obstáculos, mas não pela transposição em si, e sim, pelo forte apelo artístico que resulta da movimentação dos corpos. Farão também parte da intervenção projeções dos vídeo-artistas Alexandre Braga e Bruno Peixoto, com objetivo de transpor para o palco as texturas da rua, tão importante para a prática da atividade, através de vídeos e imagens previamente captados com participação do elenco de “Parcours”.

O espetáculo tem trilha sonora original, criada pelos músicos Rodrigo Salvador e André Ladeira, através da pesquisa de influências e referências do Parkour, como o Drum’n Bass e outras sonoridades eletrônicas, além de referências brasileiras, que misturadas, resultam em músicas pulsantes . A iluminação de Gil Esper tem a função de transpor para o palco a iluminação urbana, trazendo para a cena a atmosfera das ruas das grandes cidades. Os figurinos do artista plástico Marco Paulo Rolla têm como inspiração as roupas das ruas, com criações contemporâneas e confortáveis, que permitam a prática corporal, e aplicações de listras tão utilizadas em artigos esportivos. A preparação técnica em Parkour ficou a cargo dos integrantes da Equipe PKMax, que introduziu e preparou os intérpretes-criadores para a prática, que exige excelente condicionamento físico.

O bailarino e diretor Vanilton Lakka foi o responsável por unir todas essas ferramentas, transformando “Parcours” numa brincadeira estética, visual e sonora, buscando um ponto em comum entre as diferentes linguagens. Ele foi responsável por dar unidade às contribuições de todos esses artistas de diferentes linguagens e formações, somando experiências e aproveitando as diversas possibilidades trazidas por cada um dos integrantes de uma equipe de artistas de comprovado destaque em suas áreas de atuação. “Parcours” é um espetáculo instigante, inusitado, interativo e urbano.

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